Quem ajudamos…
A FEANTSA (Federação Europeia das Associações que Trabalham com os Sem Abrigo) define o Sem Abrigo como “aquele que, independentemente da sua nacionalidade, idade, sexo, condição socioeconómica e condição de saúde física e mental, se encontra: sem tecto – vivendo no espaço publico, alojado em abrigo de emergência ou com paradeiro em local precário; sem casa – encontrando-se em alojamento temporário para o efeito”. No entanto, e apesar do ênfase dado à questão da habitação, a pobreza e a exclusão social estão também presente, sendo este um fenómeno que se iniciam muito antes do indivíduo viver na rua.
O G.M.A.S.A. procura ajudar não só os Sem-abrigo mas também aqueles que, embora tenham um tecto, devido ao aumento da carência económica, deixaram de fazer face a todas as despesas mensais tendo que recorrer à ajuda das associações para se conseguirem alimentar. Este é o caso de alguns idosos e de famílias numerosas, com crianças e em situações de desemprego.
Tal como um sem abrigo um dia disse durante a distribuição: “Vocês fazem um excelente trabalho , aqui na rua não há fome , mas há muita fome nas casas , nas famílias , eles não têm carrinhas , e as crianças…..”
A ajuda concedida pelo G.M.A.S.A. não se limita à alimentação, pelo que ajudam com produtos de primeira necessidade, como roupa ou produtos de higiene.
Caracterização da população carenciada
O G.M.A.S.A. pertence ao conselho de Mafra estando, numa primeira fase, para além do apoio prestado aos Sem-Abrigo de Lisboa, a apoiar as familias mais carenciadas das freguesias do Milharado, Venda do Pinheiro e Malveira por serem as freguesias pertencentes às áreas limítrofes à Associação.
Estas três freguesias são completamente distintas entre si. Por um lado existe uma população rural e por outro uma população “emigrante” de classe média e média baixa que se mudou de outros concelhos em anos anteriores em busca de melhores casas e melhor qualidade de vida e até postos de trabalho, e que hoje em dia se vê atolada de dividas e sem condições mínimas para sustentar a família. O elevado preço dos transportes, o aumento de impostos e redução de salários ou mesmo o desemprego levou a esta “pobreza envergonhada”.
No universo destas três freguesias, o numero de crianças ronda os 4000, sendo previsível que cerca de 5% das mesmas tenha algum tipo de necessidade.
Para estender o apoio a estas famílias, o G.M.A.S.A, ainda que de uma forma pontual, colabora com algumas escolas onde chegam pedidos de apoio. Como os serviços sociais competentes demoram algum tempo com processos mais burocráticos, o G.M.A.S.A. concede o apoio possível , através da atribuição de cabazes alimentares, durante este período de tempo.
O G.M.A.S.A pretende ser um apoio de emergência que funciona com base na boa fé e confiança na palavra de quem convive diariamente com as crianças provenientes das famílias carenciadas. As famílias, ao conseguirem equilibrar o seu orçamento familiar comunicam às escolas e deixam de receber o apoio do G.M.A.S.A. . A escola funciona como intermediário pelo que o G.M.A.S.A. não tem contacto directo com as famílias de modo a evitar constrangimentos.
Como ajudamos…
Todos os domingos as equipas do G.M.A.S.A. distribuem cerca de 250 a 300 refeições e também produtos de primeira necessidade (roupa e produtos de higiene).
As refeições são confeccionadas com alimentos totalmente provenientes das contribuições monetárias ou alimentares de anónimos, produtores locais e empresas de comercio local. Alguns dos alimentos angariados resultam também de trocas que se fazem entre as associações do Concelho, pois por vezes existem excedentes que são distribuídos e aproveitados entre todos.
As refeições são constituídas por um prato quente, um pão com queijo, doce ou marmelada, um bolo, fruta e por vezes um doce, café ou chá, água e leite. Após a confecção são embaladas em caixas de alumínio, cedidas pelo C.A.S.A, e transportadas em caixas isoladoras de calor, sendo que a maior parte das vezes chegam ao destinatário ainda a escaldar.
A distribuição de produtos de primeira necessidade também está dependente da contribuição dos outros. A roupa de homem é a mais requisitada e consequentemente aquela da qual o G.M.A.S.A. tem mais falta. No inverno, sempre que possível, procura-se distribuir mantas e sacos cama, muito embora o seu número seja infelizmente reduzido.
A nossa Rota
A rota do G.M.A.S.A. aos domingos começa no Milharado e Póvoa da Galega, onde são distribuídas refeições quentes às famílias referenciadas. Após estas primeiras paragens rumam a Lisboa onde iniciam a distribuição no Campo das Cebolas, zona de grande afluência onde se chegam a dar cerca de 120 refeições. Seguem depois para o viaduto abaixo de Santa Apolónia, Santa Apolónia, Sé e por fim Rossio. Chegando a este local, se ainda existirem refeições, estas são distribuídas na Gare do Oriente.